sábado, 24 de maio de 2008

Aos poetas partidos!

Vão-se os poetas,
Mas não vão...
Finco na linha do meu novo horizonte
Um sentido que aponte
Pr’outro lado da arte.

Que os céus devem ter acolhido
E reservado um cantinho só deles...
Ou então no inferno mesmo que é mais abrasileirado
E mais fulminante.

Fogo e farpas, falarão entre as harpas e os bordões
Sentam juntos, Salomão e Whitman
Maiakoviski e Alberto
Lambem os dedos
E cospem fumaças...

Num deleite que lembra um prazer quase sexual
Vão versando, e conversam poesias entre eles...
Cada minuto se desdobra
Num e noutro gole solto
Que libera um êxtase de asa-delta
E quando chove por essas bandas
São eles quem atiram os raios.

DANILO CÂNDIDO.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Pela ponte

ergo uma ponte
entre o ego e a canção
ponho os pés no chão farto, que passa
da água à gota em vapor
todo amor que se toma
vai da cama viva
ao pleno coma
até morrer, e renascer...
no meio
da ponte.
que se ergue em canção.

Danilo Cândido.