sábado, 31 de março de 2007

IDE


Ide!

Ide, pois não... Com a cabeça pesada nas costas
Um ligeiro semblante, um instante, ou dois...
Diga, pois, em aflição:

-Desejo sim ser liberdade!

A voz lhe diz:

-Pois não se vá... Não vá agora...

Inda é hora de pensar
Com a cabeça pesada nas costas.

© 2007 by Danilo Cândido

sexta-feira, 30 de março de 2007


Zero Hora!

A noite meia...viverá!
Mesmo em tempo de se ir
Será vida...a qual escrevo
Será sorte...será trevo
Será trevas?!
Nem sei disso...nem daquilo
Sei do nada que vos sou...
Quando a noite vem e leva...
No quase silêncio dela...
É nela que me vou...
Vou em vôo avoado!
Vou num coro acuado!
...De gente invisível... Chorando...
Enquanto isso, a noite meia...
...quase toda morrerá.


© 2007 by Danilo Cândido

terça-feira, 27 de março de 2007


...Junção.

Um inseto ortóptero saltador?!

...enquanto a mente reticente prossegue seu ato de pensar
Declamo meus mundos numa filosofia perdida
Entre o ato e a atuação...

A minha razão... Junção...

Vencidas idéias, prolongadas noites insólitas...
Enquanto não durmo, me vazam memórias e pensamentos...
...Clareia com o dia que vejo nascer
Pelas frestas da janela do mundo

Preciso transcender pra viver lá fora... Preciso?!

Preciso é de outra cabeça... pensar com uma já me é pouco.


© 2007 by Danilo Cândido


A porta!

A porta que abro
Que abre cabeças
A “porta poema”
A porta...
Sem tema...sem som
Só o som de quem a porta bate ...

Poesia desdentada?!
Poesia morta?!
Não me importa

Que a porta que ninguém se importa
Se abra...em cabeças ...
Em letras pretas num papel
Num rosto atrás dum véu
Num beijo sabor de mel
Num poeta...
Que abre a porta.

© 2007 by Danilo Cândido

segunda-feira, 26 de março de 2007

PALAVREARTE



Desgostar é...deixar o gosto naquele beijo
Desamor é encher de amor com um sorriso e lá deixá-lo
Desgraça é...dar graça sua à quem lhe deu aquele abraço
Antes apenas não se leu estas palavras com arte...


© 2007 by Danilo Cândido

sexta-feira, 23 de março de 2007

POÉTICA


Venho aqui pedir licença para expor um poema do nobre Manuel Bandeira...gosto muito deste em particular...



POÉTICA

Estou farto do lirismo comedido

do lirismo bem comportado

Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente

[protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário

[o cunho vernáculo de um vocabulário

Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais

Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção

Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador

Político

Raquítico

Sifilítico

De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto não é lirismo

Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar

[com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar

[ás mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos

O lirismo dos bêbedos

O lirismo difícil e pungente dos bêbedos

O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

Manuel Bandeira.

RAZÃO...



Definir uma razão
Que nos diga alguma coisa
Seja ela tão louca quanto a própria loucura
Assim seja!
Numa exclamação que interroga
Que roga, com a euforia dos fanáticos.
A prece!
Com a pressa dos revoltos
Tão soltos
Quanto as linhas que escrevo


© 2007 by Danilo Cândido

terça-feira, 20 de março de 2007


“Contraversos”

Lídimo amor meu
Se perde de meus versos
Se vai pra onde achar repouso...
Enquanto dito...ditos poéticos

Sabor, não saboroso
sorriso de tanto chorar
sonolento de tanto dormir
boca seca de tanto calar...

Olhos cegos de tanto enxergar...
Enquanto enxergo sem nada nas vistas
Armadilha pra me libertar
Liberdade em letras fugidas


Solidão, minha companhia
a chegada é a triste partida
a verdade, a mais pura mentira...

Ilegítimo amor teu
Se encontra em meus versos
Se vai pra onde achar um pouso...

Contra tudo!Contra todos...

Meu poema controverso.


Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

ARBORÍCOLA



Quero arboricolar ...
Isso mesmo que eu quero
Ser fruto, ser folha, ser galho
ser do vento o balanço
Dançando no ar...
Quero arboricolar
Ser abraço e braço do ninho...
...passarinho
Festejar um dia lindo, tão solar
Arboricolar irei, antes que se faça toco...
Caído, cortado, ferido...
Fazer dela o meu lar
Arboricolar!


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sábado, 17 de março de 2007

PERFILANDO


Intermédio...entre o nada e o que não sei
Pressuposto...de um ser imposto, que não sou eu
Orfeu!
Alma doida de quem já renasceu...
...tanto!
Quimeras! De mim morreu...
Pranto!
Março findando...águas gotejam
Canto!
Olhem!me vejam!
Será?!...sou eu?!
Ancho!

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”Ying Yang”



Idiomatia
Matemática-idiomática
Internalista...aos extremos
”Ying Yang”
Barlavento...vento
Donde vem vosso incremento
Sai da fala
Cai palavra
Vira em letras...poemeto.

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NAVEGANTE



Circunavegando
Vagueia
Proa, barco, vela, sereia
Águas desse mar
Candeia
Terras a mirar
Mareia
Veia sangue doce
Porteia
Porto dos meus sonhos
Centelha
Aportar navegantes
Dessas vistas distantes
Capitão, comandante
Antes nunca sonante
Era só viajante...
Dentre mares...se via
Hoje jaz maresia...


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sexta-feira, 16 de março de 2007

"ESPÍRITO"


Se for...sei não...
Pobre e nobre ao mesmo tempo
Rastejando seu versejo sobre quimeras correntes
Invenções...não há palavra
Há imposição verbal!
Esvazia..és vazia...tele-visão
Vistando gente que dita e grita bem caladinho
Que tens tu que ser um homem normal...até social
Que pura balela...e ainda crêem?!
Se somos fadados a não pensar...
...Espera! Não somos!
Abra a cabeça...dos moldes se esqueça
E passe a ser mais filosofia...
Alongue seus músculos...não só aqueles que os fazem “homens-bomba”
Mas os que o fazem ser homem que pensa...que pensa?!

-Feliz daquele que sabe pensar!


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PASSARINHO



Passarinho...olha o vôo!
Mira de longe teus destinos
Passarinho...
Faz de mim teu pouso!
Ouso eu querer voar
Assim como tu...
Sai do ninho!
Pelos ares sem fronteiras
Sai de mim como uma idéia avoada
Olha o vôo, agora nosso...
Passarinho!

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quinta-feira, 15 de março de 2007

PULSANTE!



(In)pulso! Repulso e expulso
Nos nossos ante passos...aquela dita salvação
Se faz em mim como um dilema...
Sou eu meu tema...então me tema...
Me toma a veia e bebe o sangue...
Embebe e usa, reutiliza, depois idéia morta
De sangue avermelhado em cor...deixa de ser...
E passa por, por vida minha a ser...se for
A poetisa, ou o poeta, poema afora...
Enquanto o pulso pulsantemente
Expulsa o culto da minha mente
E repudia o “mundo-gente”
Pulsante...pensante...
Mas não distante...

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quarta-feira, 14 de março de 2007

O VIAJANTE!



Sou eu viajante, de terras distantes
Sem mesmo ser delas
Sou eu viajante...
Sou das terras fartas, o homem das farsas
As farsas sou eu ...quem dita e grita
Sou sonhos libertos,o filho de Rita!
Que nem sei quem é...
Quem é ou quem são...poetas dos mundos
Do mundo sou não...sou eu meu insumo
Caçando razão...num canto alheio...
É tanta emoção, ou nem tanta assim
Viajo distante e a carga carrego num pequeno verso
sonhando e querendo, sou eu viajante...distante e distante

Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

PSICODÉLICA - MENTE!



Dispersa mente...despeça-se deste...
Se faça em farsa, mas deixe...
Violando... violetas?!...nascem , ao som violado
Guitarrantes !Psicodeliamordamente!
Distinto, vestindo as minhas invenções...
Num manto sonoro em noites que prefiro não dormir
Quantos podem ser enquanto ouço e escrevo?!
Sejamos ser que somos nós, em tantos nós entrelaçados!
Enquanto nego, afirmo, o tempo é o mesmo, pra não dizer igual...
O amor, a mente, psicodélica - mente, é isso que estou...

Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

POESIA!(Acabei de improvisar)

À ela meus dias inteiros
Por ela meus mundos desabo
Em versos de letras disperas
Sou dela, menino e poeta...
Eterna...mente bela, poesia...é ela!

Danilo Cândido. Todos os direitos reservados.

segunda-feira, 12 de março de 2007

VELHA INFÂNCIA



Velha infância perdida
Nos livros, nos contos
Nos breves encontros
Nas poucas palavras
Tão sábias quanto o silêncio
Tão inocentes
E a sós se pensa melhor
Para tantas lembranças
Mil poesias
De tudo se viveu
De tudo se morreu
E se nascer de novo, que nasça
Pra nostalgia infame que nos aguarda
Do velho perigo de outrora
Em boa hora a lembrança nos deixa
E da velha infância que renasce
A verdade absoluta de mim
Até que provem o contrário
Seremos criança
Somos infância, velha... Mas somos.

Copyright © 2006 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

Imagem de Rosa Niehues
Philadelphia-PA-USA
www.rosaniehues.com

sexta-feira, 9 de março de 2007

ABISMO




Abismo uma idéia
Em formas sem forma
De poesias
Abismo um querer
Abismo da mente
Da mente em combate
Abismo entre mundos
Doentes...
Um pulo pro fundo sem fim
Do abismo...

Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

TÓRRIDO




Habita meu “corpo-lugar”!
Tem vaga na mente...
Fazei de mim um espremedor, fazendo suco de letras
Invencionista, desmedido...em palavras sem medida...
Sai do ventre cerebral, em formas, e forma de idéias
Inventando... revolucionando, nem que seja a mim mesmo
A razão é a loucura revestida de poeta...
São mentiras tão mais certas que verdades...
É a vela a queimar o meu juízo...
É fogo ardido...em noite quente
É ser latente no que se diz ...é dizer coisas soltas no vento
Infernizar, é ser candura...esbravejar, morrer de amar...
Enquanto perco o meu bom senso, na turbidez do teu olhar...


Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

LUZ


Luzimento...que nasce da mente...
A mente de luz...que é tanta...se faz minha escrita
De dentro de mim...de mim meu amor...
O nosso tão nosso...o meu dissabor
Só quero ser livre...à mim liberdade
Enquanto me esquivo da Terra...
Em outros planetas...Anos luz...
Estrelas...no céu da boca...
Da boca um dúbio silêncio...
A luz nos cancela...com jeito brilhante
De quem sabe tudo...de quem pode...
Em tantos “não sei”...ninguém me entenda..
A luz que luzia...luz do dia...dia e noite...
São idéias...poesia...minha luz...
Da mente, que esconde...os meus pensamentos...

Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

O SOPRO!



Vórtices poéticos que se desfazem
Aos ventos de loucas idéias, de um ser que se diz racional
A cabeça é de vento, e a alma ventania
Dum bonito amor, ou daquele estupor
Que enfeia a beleza e a torna mais bela...
-É o quê?!
O porquê do não ser, vou deter em raciocínio
Abrigar em briga sem fim...impulsos cerebrais
Tão normais, se digladiam...
Tapas e socos!
Pra me defender...eu uso o sopro
Do vento louco, furacão
Defunto morto, contradição...
Pois morto não...apenas solto...
Em meus poemas...que lá se vão...

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quarta-feira, 7 de março de 2007

GRITO EM SILÊNCIO




Com efeito ou sem...a letra se faz
Mentalmente se faz...querendo dizer
Não apenas dizer, querendo ser voz que grita
Gritar pensamentos, soar cantos...de liberdade
Chorar vidas, verdades que sejam verdades
Sair por aí em desatino
Ser próprio, o próprio destino
Desterrar o poeta que se esconde...
Sonhar e sonhar, tão longe, que nem possa ver...
Mas ver o que vai ser quando virar beleza escrita
Enquanto não se grita...se pensa
Enquanto se pensa, quase se grita...em silêncio de poesia.


Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

#QUADRO: "O GRITO" DE EDUARD MUNCH.

(IN)FELIZ(C )IDADE!


Infelicidade
Infeliz cidade
Infeliz ( C ) idade
(In) feliz cidade
(In) feliz ( C) idade
Feliz...ou in...feliz?!
Cidade, ou minha idade, que me faz assim?!
Sou eu em mim, em mim cidade...
Sou eu feliz ou “in”?!
...sou mais de mim...
Do que (C )idade...
Felicidade...

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MOLDE

Modulador...
Em meio a dor...modula
Não sinto a dor...e sinto
Me sinto bem ...a cura
Me sinto mal...mal tempo
Me sinto o tempo...insisto
Mesmo com dor...dormente
Me adula a dor... que passa
Modula amor que faça...
Que faça de mim meu tempo
Que assim de fato há cura
A dor modulada...adulada pelo amor
O amor bem amado, faz do tempo um infinito
Onde dor é mais prazer do que propriamente dor

Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

RETRATO


Retrato os meus olhos nos teus que olho
Disfarço sem nem disfarçar um belo sorriso de menino apaixonado
Enquanto a multidão ao meu redor se faz vazio
Teus gestos são como um calmante
Por um minuto eu circunscrevo a mim mesmo...
E quase me esqueço de voltar...
Enquanto sonho...com um solto amor
Beijos e abraços em anarquia
Que se perdem dos nossos sentidos...
E sinto teu beijo...o teu abraço, de perto e distante...
Nos teus olhos ...que olho...e guardo em mim, como um retrato.

Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

PERAMBULANTE!

Pera ambulante!Tem mais pra levar
Nos ombros teus fartos,
Os fardos do vosso cansaço
Pera ambulante!Tem mais do que isso
Tem meus fartos olhos que vão debruçar o peso do mundo
Pera ambulante!Bem mais adiante lhe devo desculpas
Não pode ser tu, por ser ambulante
Suporte pra tudo que se diz infame
Pera ambulante!O meu senso grato, desmonta o cansaço
Dos ombros escassos e olhos vazios...
Do peso pesado,pecado do mundo
Sou eu ambulante, defeso, distante
Enquanto a espera me faz companhia...

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domingo, 4 de março de 2007

IDÉIAS DISPERSAS EM "REEVOLUÇÃO"...(pensamentos)


Revejo tuas vidas que me olham, são elas que nascem de mim em inspiração, conspiram e resultam num ato, em cena a poesia, vigiada por olhos que pensam ou pelo desdém de tantos outros olhos que insistem em cegar-se.
Eu em tradução, me faço dum branco vazio de célula, um grão de poeta, que se faz areal de idéias refletidas, postas às pré-visões, ante as reações, sejam quais forem...mas são livres, libertas, mentes soltas, a minha, que se faz na tua, na tua leitura...
Que venham em luzes dispersas, idéias iluminadas, pra eu me esquecer quem sou e ser apenas o que escrevo.
A contradição, duas verdades, que se negam, nem é conveniente tentar entender, mas pode ser que alguém me entenda, num olhar atento, calado... são palavras vivas, que vivem...por que são elas vida, propriamente dita, entre o “sim” e o “não” , entre a loucura dos outros e a minha razão, a única que me é válida. Então me valho de sentimentos entre uma linha e outra, mais um vive, entre um olhar e outro, mais um insiste em descerrar suas idéias, mesmo que seja algo tão íntimo que só o próprio vai saber. Cada ato de ler, é um ser, que se remonta e se faz um novo...em plena “reevolução”.

Danilo Cândido.

POETISMO!

Do vento em manhã...
Se faz em outrora tarde
Sonos em beijos... olhos fugazes
Fulgindo uma desordem que chega a deitar as vistas
Sob caminhos que entortam
Enquanto borboleto minha pobre cabeça pensante
Em bocejos poéticos...vícios delirantes
Ecos soltos girando em intenções-poesia
Ingerindo um mundo letrado de idéias
Poetismo do poeta a poetar...
Poesia das cabeças ...declamar...
Derramar por entre sonhos juvenis...
De mim conversando comigo mesmo
Tarde outrora...de manhã um vento...
Se faz...desfaz...depois tormento

Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

sábado, 3 de março de 2007

"FULCRO" (MAIS PENSAMENTOS REFLETIDOS)



Pareço, eu mesmo em mundos dispersos... que se fazem em poesia, que distrai, que me instrui, me refaz, meu desabafo, aquele contido, ou até mesmo os mais evidentes, são de fato “Mundos(in)versos” libertos e repletos de mim mesmo, repletos de gente, que me faz ser vida. Amar, odiar, entristecer, reverenciar, vislumbrar... tudo isso inunda uma cabeça, e depois um papel.
O inverso de mim mesmo e do mundo, que se multiplica em tantos outros mundos, são viagens longas, mentalmente longas, que se esconde entre linhas, em “palavras duplas”, lembranças que julgo serem minhas, e que são, de tempos que nem sei há quanto se foram, é de fato uma filosofia, sem querer fazer conceituações lógicas do que é filosofia... apenas é, e prefiro ser ilógico mesmo, a lógica pode confundir, então melhor confundir-se de vez mas fora da lógica que nos é imposta. Transformando encalhes em sonhos poéticos que precedem uma esperança, que mesmo que a negue existe e insiste em me inspirar, acamo minhas intenções, e minhas distorções aqui mesmo...neste palavrear.
Meu pensar é intenso e se perde de mim às vezes, mas se encontra em plena sintonia com as letras que se juntam, e significam, não apenas escrevem, delas me faço homem, menino, gente...mas antes de tudo isso, poesia, meu sustentáculo, "simples...mente", a tradução da minha alma.

Danilo Cândido.

sexta-feira, 2 de março de 2007

LIVRETO

Um livro de pensamentos, em tantos personagens...
Persona não grata, se faz gratidão...
Animal se faz razão...
Emoção se faz encanto
Tempo de mim escorre...
Dedos que fazem corte...de letras que juntas se falam...
Palavras...
Quem disse que o nada não existe...?!
E isso nem é pra entender...
Reflita...de forma aflita,(in)conscientemente...se assim puder.


Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

...EM BOA HORA!

Sabor...enquanto...em boa hora, mas não embora
Sorrir encantos de sorriso devoluto
Ser sim portanto...ser não que canto...ser eu teu pranto
Morrer dormindo...em dor sumindo...que dá prazer...
Voltar a sorte de bocas nuas, em mim são tuas...
São em plena loucura...divinamente...
Ser dente...ser mordida, dar adeus na não partida
Partir abraços, beijar os teus...ser eu, enquanto...
Sabor, portanto, em boa hora, vamos embora.

Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

RETICENTE...MENTE

Se temos não somos, se somos não temos
Apenas tememos o que de pouco somos feito
Que venha o pó da poeira levantada
O vento ventando nas ventas dos homens

Os homens clamando verdades inteiras
Enquanto se vive de falsas idéias
Guardando seus instintos
Num abismo finito de cabeças pensantes

Num instante, por um...não se pensa
Se esquece quem somos, quem somos então?!
Se chora o não feito,
Enquanto se lamenta a desgraça vivida

Corroído por dentro
Onde veias sangram verbos doentes
Na batucada, da batida da morte
Sorte para não desencarnar como milhões

Extasiado e perdido
No umbral que a vida é depois da “morte”
Forças extenuadas
Enquanto “labirinto” minhas idéias vencidas

Pelos deuses das casas de fé,
Pelos votos dos delinqüentes...
Pela fala calada
Num rosto iludido e cinzento de tanto lamento

Eu me encerro em palavras escritas...
Enquanto a mente reticente prossegue seu ato de pensar
Declamo meus mundos numa filosofia perdida
Entre o ato e a atuação...a minha razão...junção...

Vencidas idéias, prolongadas noites insólitas...
Enquanto não durmo, me vazam memórias
E pensamentos obscuros
Que clareiam com o dia que vejo nascer pelas frestas da janela do mundo

Preciso acordar pra viver lá fora...
Preciso de mais uma cabeça...pensar com uma já me é pouco.


Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor