O tempo me passa
Sobre esta altura da noite
Cá na mente um açoite
De carmas e comas
De dramas e Romas a queimar
E mais vontade do mar
Pois que já eu rio
Ao pé do frio
Vislumbro na calma uma onda
Espumosa e perolada
Como um colar...
Como um olhar...
Mastigo bem
E regurgito um ciúme qualquer
Andei mil mundos a pé
Buscando a cor do teu brilho
Forjo nos trilhos
O caminho das marés...
O caminho dos bacantes
dos que pescam
dos que passam...
dos que passeiam...
O rio parece dividir
O mar condecora e de tão imenso
Colabora
Revigora o que te passo...
Cria um rude laço
De rancor e atenção
E termina triste
Porque a noite é
Silenciosa e fria
E fria
Como o silêncio.
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