terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sobre o estar só.

Quarto e eu, a ponto de um fim.
Dei por mim
quando do pranto, fiz canto e poema
repleto de coisas

findo sem findar.
por que o fim na verdade
nem sequer existe

é coisa inventada
por alguém em desespero.

Que a sorte nos toma agora
pela ventania
invadida janela
que abriu

anos inteiros
vidas repletas

a trilha sonora
é a canção
é o canto
da sala
que exala
em lembrança

assim me sinto
sobre...
acima.

e estando só
me sinto acompanhado.

Publicado no Recanto das Letras em 28/10/2008
Código do texto: T1253537

Liberdade

Está por vir
talvez.

tão solta do resto
que beira um prosteto
permeia uma causa

lida com cores
em cena, uns atores
artistas e mais...

alteiam suas vozes
num coro
igualmente um coral

a cabeça agora é palco
que simula em tom mais alto
um grunhir sonolento

Querem ser mais liberdade
sempre querem mais

e depois sei da verdade
todo o clamor que vira show
será fomento
pro sambista
pôr ao samba.

hoje mesmo.

sábado, 25 de outubro de 2008

Calada da noite.


Noite calada

Saia!

Valeria a pena pedir - lhe em tom calmo?

Deixai essa vagareza sentida...
deixai para trás
todo o estrelado
lancina, punge, lacera, lanceia!

permeia no meio do mundo que nada

golpeia nas costas!

Por isso, te calas.
Noutras dimensões, já se fala que a
noite se mata, pro poeta nascer.

26/out.08

AbStraTo.


Abstraio o vazio e por isso...
em desprezo recaio

ensaio
que retrata um poeta

ele é foto e agora
dá de olhos a fora
na demora mordente que se encerra

pr'essa incontida verdade

cabe ao liberto soar
ar que soprando ligeiro
vira ópera...porque no vácuo, no vazio, tudo que sopra
vira canção...e vira mesmo...eu já ouvi.

Danilo Cândido, 26 / 10

Pan Cinema Permanente


Não suba o sapateiro além da sandália
- legisla a máxima latina.
Então que o sapateiro desça até a sola
Quando a sola se torna uma tela
Onde se exibe e se cola
A vida do asfalto embaixo
e em volta.

1995.


Grande Waly Salomão!