terça-feira, 14 de agosto de 2007

Faz de conta

Faz de conta que não sou eu.
Não escrevo poesia nem poema
Não penso em nada que preste
Nem sei que horas são...
Sei dela, que espio na janela
E dele que vi pela brecha da porta
Sei da velha morta, quem matou?
Já descubro...
Sei do ente querido que acaba de chegar
Da criança que nasceu
Do Eliseu e da Maria
Que todo dia sai para a forra
Sei da nora do vizinho
E do redemoinho que isso vai dar
Por isso, faz de conta que não sou eu.

Danilo Cândido, 2007.

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