sexta-feira, 2 de março de 2007

RETICENTE...MENTE

Se temos não somos, se somos não temos
Apenas tememos o que de pouco somos feito
Que venha o pó da poeira levantada
O vento ventando nas ventas dos homens

Os homens clamando verdades inteiras
Enquanto se vive de falsas idéias
Guardando seus instintos
Num abismo finito de cabeças pensantes

Num instante, por um...não se pensa
Se esquece quem somos, quem somos então?!
Se chora o não feito,
Enquanto se lamenta a desgraça vivida

Corroído por dentro
Onde veias sangram verbos doentes
Na batucada, da batida da morte
Sorte para não desencarnar como milhões

Extasiado e perdido
No umbral que a vida é depois da “morte”
Forças extenuadas
Enquanto “labirinto” minhas idéias vencidas

Pelos deuses das casas de fé,
Pelos votos dos delinqüentes...
Pela fala calada
Num rosto iludido e cinzento de tanto lamento

Eu me encerro em palavras escritas...
Enquanto a mente reticente prossegue seu ato de pensar
Declamo meus mundos numa filosofia perdida
Entre o ato e a atuação...a minha razão...junção...

Vencidas idéias, prolongadas noites insólitas...
Enquanto não durmo, me vazam memórias
E pensamentos obscuros
Que clareiam com o dia que vejo nascer pelas frestas da janela do mundo

Preciso acordar pra viver lá fora...
Preciso de mais uma cabeça...pensar com uma já me é pouco.


Copyright © 2007 by Danilo Cândido Todos os direitos reservados ao autor

2 comentários:

Unknown disse...

Muito demais.

"Preciso de mais uma cabeça...pensar com uma já me é pouco."

?

Hahaha.. Sei, sei...

Unknown disse...

Lindo este poema, e o que me chamou mais atenção foi a segunda estrofe, pq aflorou na minha mente idéias que já habitam há tempos. A gente passa a vida toda sendo fiel ao trabalho, relacionamentos, família, e esquecemos de ser fiel as nossas emoções, e assim..."Guardando seus instintos".